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 By Malcom Liepke

“Nas noites em que Consuela não está comigo, me deformo de tanto pensar onde ela pode estar e o que pode estar fazendo. Mas mesmo depois de passar a noite em sua companhia, depois que ela vai para casa não consigo dormir. A experiência de ter estado com ela é forte demais. Fico sentado na cama, e no meio da noite grito: ‘Consuela Castillo, me deixe em paz!’. Chega, digo a mim mesmo. Levante-se, troque as roupas de cama, tome mais um banho, livre-se do cheiro dela, e depois livre-se dela. É preciso. Sua vida virou uma campanha incessante por causa dela. Cadê a sensação de realização, de posse? Se ela é sua, por que é que você não consegue tê-la? Você não consegue ter o que quer mesmo depois e obter o que você quer.”

Philip Roth, em O Animal Agonizante